Descubra quais tecnologias estão revolucionando a rastreabilidade logística, garantindo eficiência, segurança e transparência na cadeia de suprimentos.
No mundo da logística, uma das principais palavras de ordem é visibilidade. Em um cenário onde os consumidores exigem entregas cada vez mais rápidas, precisas e rastreáveis, e empresas buscam eficiência operacional, a rastreabilidade logística surge como uma das mais importantes ferramentas para garantir o controle de ponta a ponta sobre a cadeia de suprimentos e, consequentemente, um serviço de excelência ao cliente.
Mais do que uma tendência, a rastreabilidade é uma necessidade urgente em operações cada vez mais complexas e interdependentes, especialmente quando o objetivo é superar a concorrência no mercado. A boa notícia é que, com o avanço da tecnologia, é possível integrar sistemas e dispositivos capazes de mapear todo o caminho de um produto — desde a produção da matéria-prima até a entrega final ao consumidor.
Ao longo deste artigo, compartilhamos o que é rastreabilidade logística, como ela evoluiu, suas aplicações práticas, as principais tecnologias envolvidas e os benefícios que essa prática pode trazer.
O que é rastreabilidade logística?
A rastreabilidade logística nada mais é do que capacidade de identificar, acompanhar e registrar a trajetória de produtos, insumos, peças ou cargas ao longo de todas as etapas da cadeia de suprimentos. Ou seja, um monitoramento desde a origem da matéria-prima, os processos de fabricação e armazenagem, até o transporte e a entrega ao consumidor final.
Ao longo do tempo, essa prática evoluiu de simples anotações em planilhas para sistemas altamente integrados, capazes de capturar e processar dados em tempo real, usando tecnologias como sensores, etiquetas inteligentes e softwares de gestão. E por que essa rastreabilidade logística é tão importante?
A rastreabilidade logística traz muito mais transparência e controle operacional, reduzindo falhas, otimizando processos e elevando o nível de confiança do consumidor. Além disso, ela permite:
- Atuar com rapidez em caso de recalls;
- Reduzir perdas e extravios de produtos;
- Atender exigências legais e regulatórias;
- Fornecer visibilidade em tempo real para todos os envolvidos na cadeia.
Empresas que dominam essa capacidade conseguem reduzir custos logísticos, melhorar a experiência do cliente e garantir vantagem competitiva.
Quais tecnologias fazem a diferença na rastreabilidade logística?
O sucesso da rastreabilidade logística depende diretamente da integração entre tecnologias capazes de capturar, transmitir e interpretar dados ao longo de toda a cadeia de suprimentos. A seguir, você confere as principais ferramentas utilizadas atualmente e como elas impactam a operação logística de maneira prática e estratégica.
1. Código de barras
O código de barras é uma representação gráfica de dados numéricos ou alfanuméricos que, quando lidos por um scanner óptico, permite a rápida identificação de produtos, embalagens ou lotes, ou seja, é uma tecnologia consolidada, de baixo custo e fácil implementação, utilizada globalmente em todos os tipos de cadeias logísticas.
Na logística, os códigos de barras estão presentes em todas as etapas, desde o recebimento das mercadorias até a expedição. Cada item, caixa ou pallet recebe um código único, permitindo seu rastreamento dentro do armazém e a atualização precisa dos sistemas de controle de estoque. Da mesma forma, os endereços de armazenagem são identificados por códigos, o que facilita a localização das mercadorias, a conferência das posições e a confirmação das tarefas executadas.
Por exemplo, em um centro de distribuição de uma rede varejista, cada caixa de mercadoria é identificada com um código de barras. Ao ser recebida, essa caixa é escaneada, e o sistema automaticamente registra sua entrada, localização e status. Quando for expedida, o mesmo processo garante que a saída seja registrada com precisão, criando um histórico completo da movimentação daquele item.
2. RFID (Identificação por Radiofrequência)
O RFID é uma tecnologia que utiliza ondas de rádio para transmitir dados de identificação armazenados em microchips inseridos em etiquetas. Essas etiquetas, chamadas de “tags”, podem ser lidas à distância, sem necessidade de contato visual direto com o leitor, diferentemente do código de barras.
Na rastreabilidade logística, o RFID tem ajudado o controle de inventário e rastreamento em tempo real. Uma empresa de e-commerce, por exemplo, pode utilizar etiquetas RFID em seus produtos para automatizar o processo de contagem de estoque. Ao passar com um leitor próximo às prateleiras, centenas de itens são lidos simultaneamente, eliminando a necessidade de escanear cada produto individualmente.
Além disso, durante a expedição, as etiquetas RFID possibilitam o registro automático da saída de produtos, garantindo agilidade e precisão, o que é especialmente vantajoso em operações de alto volume, onde cada segundo faz diferença na produtividade.
3. GPS (Sistema de Posicionamento Global)
Outro sistema de grande importância na rastreabilidade logística é o GPS, um sistema de navegação por satélite que permite determinar, com precisão, a localização de objetos em movimento. Ele é amplamente utilizado para o rastreamento de veículos, contêineres e cargas durante o transporte, fornecendo visibilidade total das operações em campo.
Imagine uma transportadora que precisa monitorar sua frota em tempo real. Ao equipar os veículos com dispositivos GPS integrados ao sistema TMS (Transportation Management System), a empresa consegue acompanhar o trajeto exato de cada caminhão, prever atrasos, redirecionar rotas em casos de congestionamentos e fornecer ao cliente informações atualizadas sobre o status da entrega.
Além disso, o GPS contribui para a segurança da carga, pois possibilita o acionamento de alertas em caso de desvios de rota, paradas não programadas ou tentativas de violação do compartimento de carga.
4. Câmeras e análise de imagem
As câmeras inteligentes, aliadas à visão computacional e algoritmos de inteligência artificial, estão se tornando cada vez mais comuns em armazéns e centros de distribuição, uma vez que elas vão além da simples vigilância: são capazes de identificar códigos, verificar integridade física dos produtos, medir volumes e conferir automaticamente os itens em circulação.
Por exemplo, em um centro logístico automatizado, câmeras posicionadas em esteiras transportadoras capturam imagens dos pacotes e, com auxílio de IA, conferem se os volumes correspondem aos dados registrados no sistema. Caso detectem um pacote com dimensões diferentes do esperado ou com indícios de avaria, um alerta é disparado para a equipe responsável.
Essas soluções reduzem significativamente o tempo gasto com inspeções manuais e aumentam a confiabilidade das informações coletadas, além de gerar relatórios visuais para auditorias e tomadas de decisão.
5. NFC (Near Field Communication)
O NFC é uma tecnologia de comunicação sem fio de curto alcance, semelhante ao RFID, mas com foco na interação direta entre dispositivos móveis e etiquetas eletrônicas. Na logística, é especialmente útil para verificar a autenticidade de produtos, registrar informações logísticas ou facilitar o rastreamento por meio de smartphones.
Na prática, um operador logístico pode utilizar um smartphone com NFC para verificar a chegada de produtos sensíveis. Ao aproximar o aparelho de uma etiqueta NFC, ele acessa dados como origem, data de produção, temperatura durante o transporte e lote. Essa leitura pode ser feita em segundos, mesmo em ambientes com pouca infraestrutura tecnológica.
O NFC também tem sido usado em cadeias de suprimentos farmacêuticas e de luxo, como forma de garantir a rastreabilidade e a autenticidade dos itens.
6. Códigos QR (Quick Response)
Os códigos QR são gráficos bidimensionais muito conhecidos, capazes de armazenar grandes volumes de dados. Eles se tornaram populares por sua facilidade de leitura por qualquer smartphone, o que os torna uma ferramenta de rastreabilidade altamente acessível e versátil.
Na logística, os QR Codes podem conter informações sobre origem, lote, validade, rotas de transporte, cuidados no manuseio e até certificados de qualidade. Por exemplo, uma empresa alimentícia pode incluir um QR Code na embalagem de seus produtos, permitindo que consumidores escaneiem o código e acessem uma página com todas as informações da cadeia produtiva — desde a fazenda onde o alimento foi colhido até a prateleira do supermercado.
Além disso, os QR Codes são muito usados em etiquetas de transporte, comprovantes de entrega e sistemas de coleta e expedição.
7. Realidade aumentada (RA)
Por fim, temos a realidade aumentada (RA), uma tecnologia que permite sobrepor informações digitais ao ambiente físico em tempo real, por meio de dispositivos como óculos inteligentes, tablets ou smartphones. Na logística, ela está transformando tarefas operacionais como separação de pedidos, conferência de estoque e layout de armazéns.
Um operador, por exemplo, pode utilizar óculos de RA durante o picking de produtos. Ao invés de consultar listas impressas ou telas, ele enxerga, diretamente em seu campo de visão, a localização exata dos itens que precisa coletar, instruções de embalagem e alertas sobre cuidados especiais. Essa inovação é capaz de reduzir o tempo de operação, diminuir erros e aumentar significativamente a produtividade.
WMS e rastreabilidade: o cérebro por trás da operação
Com tantas tecnologias envolvidas na rastreabilidade logística — como RFID, GPS, câmeras, códigos de barras e sensores — surge uma necessidade central: integrar todas essas fontes de dados em uma única plataforma capaz de organizar, interpretar e transformar informações em ações estratégicas. E esse é exatamente o papel do WMS (Warehouse Management System).
O sistema WMS atua como o cérebro da operação logística. Ele é o sistema responsável por controlar, em tempo real, tudo o que acontece dentro de um armazém ou centro de distribuição: desde o recebimento de mercadorias até o armazenamento, separação, conferência e expedição.
O WMS funciona como uma central de comando que coleta e organiza dados vindos de diferentes tecnologias. Por exemplo:
- Quando uma carga é recebida e escaneada com etiquetas RFID, o WMS registra automaticamente a entrada daquele item, associando-o ao lote, à data de fabricação e ao fornecedor.
- Em conjunto com câmeras e leitores ópticos, o sistema verifica a integridade física dos pacotes durante a movimentação e identifica inconformidades em tempo real.
- Com coletores de dados, operadores realizam inventários rápidos e precisos, que são sincronizados diretamente com o sistema.
- Toda a movimentação — entradas, saídas, picking, reposições — fica registrada em um histórico detalhado de rastreabilidade, consultável a qualquer momento, inclusive por auditorias externas.
Ou seja, o WMS centraliza a inteligência da operação logística, transformando o que seriam apenas dados dispersos em informação estratégica em tempo real, permitindo decisões mais rápidas, redução de perdas e um controle total da cadeia logística.
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