Descubra como aplicar a economia circular no armazém em 8 passos práticos e aumente a eficiência logística com sustentabilidade e redução de desperdícios.
Nos últimos anos, o conceito de economia circular ganhou força em diferentes setores produtivos como resposta a um desafio que não é mais possível ignorar: o esgotamento de recursos naturais e a urgência em redesenhar cadeias produtivas sob uma lógica mais sustentável, eficiente e inteligente. Em vez do tradicional modelo linear baseado em extrair, produzir, usar e descartar, a economia circular propõe um ciclo contínuo de aproveitamento de materiais, energia e processos, reduzindo desperdícios e promovendo maior longevidade para insumos e estruturas.
Essa mudança, antes vista como tendência, hoje é uma exigência de mercado. A crescente pressão por ESG (ambiental, social e governança), somada à necessidade de reduzir custos operacionais e elevar a eficiência da cadeia de suprimentos, tem impulsionado os gestores logísticos a buscar alternativas mais sustentáveis. É nesse cenário que a economia circular no armazém surge como uma solução prática e viável, que vai além do discurso ambiental: ela se traduz em ganho de competitividade, inovação e valor agregado à operação.
Mas afinal, o que é exatamente esse conceito e por que ele está se tornando cada vez mais relevante dentro da realidade dos armazéns logísticos? É sobre isso que vamos ver a seguir.
O que é economia circular e como ela se aplica no armazém logístico?
A economia circular é um modelo econômico baseado no reaproveitamento contínuo de recursos, na redução de desperdícios e no redesenho de processos para tornar as cadeias produtivas mais inteligentes e sustentáveis. Ela propõe uma estrutura cíclica, em que produtos, embalagens, materiais e até mesmo a energia são reutilizados, reciclados ou transformados em novos insumos, prolongando seu tempo de vida útil dentro do sistema produtivo.
O conceito ganhou força a partir dos anos 2010, impulsionado por iniciativas europeias voltadas à sustentabilidade industrial e à mitigação das mudanças climáticas. Desde então, vem sendo ampliado por organizações que contribuem significativamente para difundir e sistematizar os princípios da economia circular no mundo corporativo.
Em sua essência, o modelo se baseia em três pilares:
- Eliminar resíduos e poluição.
- Manter produtos e materiais em uso pelo maior tempo possível.
- Regenerar sistemas naturais.
Quando aplicamos esse raciocínio para o setor logístico, e mais especificamente para a gestão de armazéns, percebemos o quanto esse modelo pode ser transformador. Armazéns e centros de distribuição são ambientes altamente operacionais, que lidam diariamente com embalagens, volumes de resíduos, consumo energético e movimentações constantes de produtos. Isso significa que há múltiplas oportunidades para aplicar práticas circulares, desde a escolha de materiais utilizados na armazenagem, até a destinação de produtos obsoletos ou com avaria.
As vantagens da economia circular no armazém
Entre os principais benefícios está a redução de custos operacionais a médio e longo prazo. Ao reutilizar embalagens, reaproveitar materiais de descarte e otimizar o consumo de recursos como energia e combustível, o armazém pode reduzir despesas recorrentes sem comprometer a eficiência. Além disso, práticas circulares ajudam a evitar desperdícios, melhorar o aproveitamento de espaço e diminuir a necessidade de novas aquisições.
Outro ponto positivo é o fortalecimento da imagem institucional. Em um mercado cada vez mais sensível às práticas ESG, integrar a economia circular à operação logística agrega valor à marca, aumenta a atratividade para clientes e investidores e abre portas para parcerias com empresas que exigem responsabilidade ambiental na cadeia de suprimentos.
Do ponto de vista interno, a adoção da economia circular pode estimular a inovação e o engajamento das equipes, ao envolver colaboradores na identificação de novas formas de reaproveitamento, separação correta de resíduos, rotinas de manutenção preventiva e outras ações sustentáveis aplicadas ao ambiente logístico.
8 passos para adotar a economia circular no armazém
Agora que você já conhece as vantagens da aplicação dos conceitos de economia circular no seu armazém, apresentamos formas práticas de implementá-la. Confira a seguir:
1- Reconfigure e otimize o espaço interno dos galpões
A primeira etapa para tornar o armazém logístico mais circular é rever o uso do espaço físico. Galpões superlotados, mal aproveitados ou com fluxos confusos não apenas comprometem a eficiência, como também geram desperdícios de tempo, energia e recursos. Sendo assim, a reconfiguração inteligente dos ambientes, com base em dados de rotatividade, tipos de produto e layout de armazenagem, permite reduzir movimentações desnecessárias, facilitar o reaproveitamento de estruturas e até adiar a necessidade de expansão física. É o princípio da circularidade aplicado à gestão de espaço: usar melhor antes de consumir mais.
2- Garanta visibilidade total do estoque para evitar perdas
Uma etapa essencial para promover a circularidade é garantir que os produtos estocados estejam visíveis, controlados e dentro de um ciclo de movimentação saudável. Quando o armazém não tem visibilidade sobre o estoque, seja por excesso de volumes, baixa rotatividade ou falhas nos registros, há grande risco de perda de produtos por vencimento, obsolescência ou deterioração.
Um sistema de gerenciamento WMS permite acompanhar, em tempo real, a entrada, movimentação e saída de todos os itens, identificando rapidamente excessos, gargalos e produtos próximos ao vencimento, o que facilita redistribuição e evita o descarte desnecessário.
3- Otimize rotas com o apoio de sistemas de transporte (TMS)
O transporte de mercadorias representa uma das etapas mais poluentes da cadeia logística. Investir em soluções como o TMS (Transportation Management System) integrado ao WMS permite planejar rotas mais curtas, consolidar entregas e retornos, e melhorar o aproveitamento da frota. Essa otimização reduz o consumo de combustível, diminui as emissões de CO₂ e eleva a eficiência do transporte, contribuindo diretamente para os objetivos da economia circular.
4- Implemente uma gestão eficiente de resíduos
Dentro de qualquer armazém logístico, há um fluxo constante de materiais descartados: pallets quebrados, plásticos, papelão, produtos com avaria, entre outros. Uma economia circular no armazém só é possível quando se adota uma gestão estruturada de resíduos, que inclua a separação por tipo de material, definição de rotinas de descarte, parcerias com recicladoras locais e, sempre que possível, o reaproveitamento interno. Isso inclui, por exemplo, reutilizar embalagens secundárias, adaptar materiais para proteção de cargas ou reformar pallets danificados.
5- Desenvolva embalagens sustentáveis e reutilizáveis
Outro ponto-chave para aplicar a economia circular no armazém é repensar o uso de embalagens. Substituir materiais descartáveis por opções recicláveis, biodegradáveis ou reutilizáveis, além de desenvolver formatos modulares que otimizam espaço e facilitam o transporte, reduz o volume de resíduos e melhora a eficiência logística.
Sempre que possível, use a reutilização de embalagens no ciclo reverso, como caixas retornáveis ou bins plásticos, elas também contribuem para uma operação mais limpa e controlada.
Outra dica relacionada ao melhor aproveitamento de embalagens é contar com o WMS para a cubagem de volumes. O sistema calcula automaticamente o volume do pedido e determina a caixa/pacote ideal para o envio, evitando desperdícios.
6- Adote fontes de energia renovável
Os armazéns são grandes consumidores de energia, especialmente com climatização, iluminação e movimentação de cargas. Uma das ações mais impactantes na lógica da economia circular é substituir fontes convencionais por energia limpa, como a solar ou eólica, além de melhorar o isolamento térmico e investir em sensores de presença e iluminação LED. Essas mudanças reduzem drasticamente a pegada de carbono da operação e ainda trazem economia recorrente na conta de energia elétrica.
7- Estimule a colaboração na cadeia de suprimentos
A circularidade não se constrói de forma isolada. Um dos pilares mais relevantes da economia circular no armazém é a colaboração ativa com fornecedores, transportadoras e clientes para promover o compartilhamento de recursos e a otimização dos fluxos. Você pode aplicar essa ideia, por exemplo, adotando o compartilhamento de veículos de entrega para reduzir emissões, usando hubs logísticos compartilhados, reaproveitando embalagens enviadas por fornecedores ou executando logística reversa planejada em parceria com o varejo.
8- Use tecnologia para orquestrar processos logísticos de forma inteligente
O sistema de gerenciamento OMS (Order Management System) vai além da visibilidade de estoque. Ele orquestra toda a operação multicanal: direciona pedidos para o centro de distribuição mais próximo, reduz etapas desnecessárias, evita duplicidades de estoque e melhora a alocação de recursos. Tudo isso gera menos movimentações internas, menos emissão de poluentes e menos desperdício.
Ao operar com base em dados e não em suposições, o armazém se torna mais ágil, econômico e ambientalmente responsável, pilares essenciais da economia circular.
Os desafios e pontos de atenção
Implementar a economia circular no armazém exige planejamento e, em alguns casos, mudanças estruturais. O primeiro desafio é cultural: envolver as equipes e mudar a lógica do “usar e descartar” requer sensibilização e treinamento. Sem engajamento, a economia circular corre o risco de ficar restrita a iniciativas pontuais que não se sustentam no longo prazo.
Outro ponto crítico é a necessidade de mapeamento dos processos e materiais. É preciso identificar claramente onde estão os resíduos, quais embalagens podem ser reaproveitadas, quais produtos demandam descarte especial e como redesenhar fluxos sem prejudicar a produtividade. Essa fase de diagnóstico é essencial e muitas vezes negligenciada.
Além disso, há o aspecto logístico e tecnológico. Para que a circularidade funcione, é necessário controle, rastreabilidade e indicadores claros sobre consumo, reaproveitamento e descarte. Isso só é possível com o apoio de ferramentas e sistemas que permitam monitorar esses dados com precisão e aqui, entra o papel estratégico de soluções como os sistemas WMS e OMS.
Vale a pena adotar a economia circular no armazém?
A resposta é sim, especialmente em armazéns com alto volume de movimentação, que lidam com múltiplos tipos de embalagens, insumos e demandas de distribuição. No entanto, é importante entender que a economia circular não se implanta da noite para o dia: ela precisa ser incorporada à lógica operacional e fazer parte da cultura da empresa. Por isso, a melhor forma de começar é com ações gradativas que criem base para uma estrutura sustentável e escalável.
Além da sensibilização das equipes, do estabelecimento de parcerias estratégicas, você pode dar os primeiros passos investindo em bons softwares de gestão, como o WMS e OMS, soluções projetadas para oferecer mais produtividade e economia para as operações.
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