Planejamento estratégico, valorização de recursos humanos e busca por inovações são fundamentais para o sucesso da gestão intralogística
Gerenciar um armazém requer uma série de competências para desenvolver estratégias voltadas à otimização dos processos, gestão de pessoas e equipamentos, prevenção de perdas, antecipação às falhas, redução de custos, manutenção da acuracidade de estoque, gerenciamento de transporte, solução de conflitos, além, é claro, da busca por um bom relacionamento com fornecedores e clientes. Todos esses fatores influenciam na competitividade do negócio, visto que cada vez mais a logística tem impactado no desempenho da empresa junto ao seu público consumidor, principalmente em se tratando de e-commerce, cujos clientes têm priorizado entregas rápidas e assertivas.
No entanto, não é fácil dar conta de uma gestão tão complexa, onde vários processos ocorrem simultaneamente, sendo que qualquer desvio em um deles pode afetar a operação como um todo. Falhas na conferência ou no registro podem causar divergências no estoque; o endereçamento desordenado gera mau aproveitamento do espaço e dos recursos, além de também prejudicar na realização de inventários; pessoas que não recebem o treinamento correto podem cometer falhas que afetam a operação e geram custos com perdas e retrabalho; processos que não são monitorados estão igualmente susceptíveis de erros; a falta de análise de desempenho impede a tomada de decisões assertivas, e assim por diante. Dessa forma, é fundamental que o gestor de logística busque aprimorar seu trabalho e este artigo foi pensado exatamente para compartilhar algumas dicas que podem auxiliar nessa importante missão.
Confira sete dicas para tornar a sua gestão de armazém mais eficaz:
# 1 Faça um planejamento adequado
Existe aquela máxima de que “uma meta sem plano é somente um desejo”. E realmente faz todo o sentido. Não dá para saber onde se quer chegar sem ter em mente o que é preciso para alcançar esse objetivo, daí a importância de um bom planejamento. No caso da gestão logística, um planejamento adequado deve considerar como adquirir mercadorias, como montar uma boa infraestrutura para armazenamento e como entregar os produtos para o local exato e no prazo acordado.
Além desses pontos, os outros parâmetros que precisam ser considerados na gestão são o tempo, o transporte e os custos. A meta do plano deve ser atingir a máxima produtividade no menor tempo possível e maximizando os ganhos. E não apenas isso: é importante estar preparado para circunstâncias imprevistas, as quais podem estar relacionadas à indisponibilidade do transporte, problemas internos na organização, estoque em falta ou em excesso, carência de mão de obra especializada, falhas nos equipamentos, demanda não esperada, dentre outras situações comuns ao Supply Chain. Daí a necessidade de contar planos relacionados aos objetivos do negócio, como também um plano de contingência.
# 2 Use tecnologias para ganho de performance
Na era da automação, a tecnologia desempenha um papel vital no ganho de eficiência de um armazém. Um exemplo é o sistema WMS (Warehouse Management System), que automatiza tarefas, auxilia no melhor aproveitamento dos recursos de um CD (pessoas, equipamentos e área), permite o monitoramento em tempo real (garantindo a antecipação às falhas), além de elevar a acuracidade de estoque.
O uso de leitores de código de barras ou coletores por radiofrequência (RFID) pode melhorar a precisão das transações e reduzir os erros de coleta. De fato, uma pesquisa realizada na Universidade de Arkansas mostrou que a utilização de RFID aumentou a precisão do inventário em 27% em apenas 13 semanas. O uso de robôs também tem se mostrado extremamente eficaz no aumento da segurança, maior agilidade das tarefas e redução de falhas.
Com uma grande variedade de tecnologias disponíveis, é fundamental planejar os investimentos contemplando a sua aquisição. As inovações foram desenvolvidas exatamente para reduzir erros manuais e garantir o aumento da produtividade. Quem já os utiliza sai à frente da concorrência.
# 3 Invista e valorize os recursos humanos
O fato de uma empresa contar com sistemas automáticos não significa que ela não deve dar atenção ao trabalho humano. Pelo contrário: preparar as pessoas para que desempenhem suas tarefas com excelência é essencial para o crescimento de um negócio. Seja um entregador ou um gerente de depósito, todos precisam executar suas tarefas com perfeição para que a operação não esteja susceptível a falhas e desvios.
Para que isso aconteça, é preciso investir em treinamentos. Iniciativas regulares de capacitação mantém os funcionários atualizados com as últimas tendências do setor de logística. Isso ajuda no aumento da eficiência e satisfação dos clientes.
Vale destacar que os treinamentos não devem focar apenas em aptidões operacionais, como também em outras competências inerentes ao cargo. Um gerente precisa ter habilidades interpessoais para lidar com as equipes, especialmente quando acontece algo fora do previsto. Em situações como essa, em vez de entrar em pânico, ele deve ter equilíbrio e um bom relacionamento com os funcionários e fornecedores para resolver a questão com a máxima eficiência.
Desse modo, fica o lembrete: capacitar a equipe é parte do sucesso da sua gestão intralogística! (Saiba mais sobre Gestão de Pessoas).
# 4 Compartilhe metas e KPIs
No último tópico, tratamos da importância do treinamento da equipe. Mas mais do que treinar, é fundamental motivar! Isso significa que é preciso compartilhar as metas e objetivos da empresa, de modo que todos possam se autogerenciar e dar o seu melhor para alcançá-las. Todos os funcionários, desde o CEO até os operadores, precisam entender o que sua empresa precisa fazer para sobreviver e crescer.
Para isso, uma dica interessante é expor para toda a equipe dados da produção diária, mensal e até anual. Isso poder ser feito em quadros ou monitores localizados em pontos estratégicos do CD (Saiba mais sobre a Gestão à Vista). Esse pequeno gesto faz muito bem para todos os envolvidos – dá clareza aos altos escalões sobre as necessidades dos clientes e fornecedores, e dá aos trabalhadores um senso mais aguçado do que eles devem oferecer em termos de velocidade e presença.
# 5 Otimize espaços: pense verticalmente!
Cada metro quadrado de um armazém vale muito, por isso deve ser bem gerenciado para que seja aproveitado da melhor forma. Para isso, um dos pontos recomendados é a verticalização do estoque. O uso de colunas verticais faz com que a capacidade de armazenagem aumente, proporcionando, por exemplo, a possibilidade de ampliação do negócio com muito menos investimento. Outro benefício é a facilidade e rapidez na movimentação dos produtos, sem contar na redução da distância percorrida pelos operadores e no melhor aproveitamento dos equipamentos, com a diminuição da necessidade de áreas de manobras para as máquinas. Além de todos esses ganhos, a verticalização do estoque facilita o acompanhamento visual tanto por parte dos gestores quanto dos operadores.
Para que essa solução seja bem utilizada, conte com um software que auxilia no gerenciamento dos processos e endereçamento dos produtos, pois um armazém vertical tem suas peculiaridades. Um exemplo está relacionado ao processo de separação (picking), que deve sempre ser realizado nas posições mais baixas para evitar a concorrência por empilhadeiras. As posições mais altas devem ser reservadas ao excesso. O WMS é um bom exemplo de um sistema que trabalha nessa linha, visando o melhor aproveitamento dos recursos do armazém (pessoas, equipamentos e área).
# 6 Priorize um transporte eficiente
Citamos vários pontos que podem garantir a eficiência nos processos internos de um armazém, mas para que toda a logística seja eficaz, é importante buscar um o melhor transporte, aquele que garante uma entrega rápida, a segurança da mercadoria, além do melhor custo. Depois de escolher se sua empresa vai contar com uma rota própria ou serviços terceirizados, é importante avaliar fatores como:
– Determinação da melhor rota de entrega: opte pela rota mais curta e segura. Isso é benéfico para economizar dinheiro e tempo.
– Embalagem econômica que garanta um baixo investimento e a segurança das mercadorias: otimize a embalagem dos produtos para que ela ocupe menos volume e não aumente consideravelmente o peso.
#7 Avalie sempre o desempenho da sua operação
Não adianta você implementar uma série de melhorias no seu CD se não mede e analisa o desempenho da operação. Quando novas estratégias são implementadas, é preciso avaliar seu rendimento. Isso é importante, pois mostrará o sucesso ou fracasso das mudanças implementadas.
Ferramentas de avaliação de performance (KPIs) oferecidas por sistemas de gestão (como o WMS) devem ser integradas à sua operação para organizar os dados conforme cada indicador. Avalie as métricas relacionadas a diferentes operações, como: métricas de tempo de ciclo, métricas de produtividade, métricas de custo ou métricas de serviço.
Além disso, receber feedbacks auxilia muito na gestão. As ideias e sugestões dos funcionários devem ser registradas periodicamente. Vale lembrar é fundamental manter uma boa comunicação com toda a equipe.
# 8 Acompanhe as tendências da logística e esteja aberto a mudanças
O consumo está em constante transformação. Com a era digital, inaugurou-se o omnichannel – o cliente percorre vários canais de vendas antes de finalizar uma compra. Além disso, a acirrada concorrência no mercado tem forçado as empresas na busca incessante pela oferta da melhor experiência de compra. Isso significa que os processos logísticos precisam ser ágeis e eficientes para que a empresa se mantenha no mercado e todas as expectativas de seus clientes sejam atendidas.
Para atender a todas essas demandas, inovações tem surgido na cadeia de abastecimento e não apenas em termos de ferramentas (blockchain, IOT, I.A., nuvem, robótica, drones, realidade virtual, realidade aumentada, impressão 3d, nanotecnologia, biotecnologia, veículos autônomos, entre outros), como também no modo de execução dos processos.
Na visão do especialista em logística Felipe Trigueiro, CEO da FTLOG, o mais importante neste momento é “entender e pensar na relação de um produto ou serviço com o usuário”. É a partir da perspectiva do consumidor que se garante a escolha do melhor caminho a ser seguido. Para isso, acompanhar tendências e estar aberto a inovações é fundamental.
As empresas que se destacam no mercado são exatamente aquelas que têm preparo e abertura para transformações rápidas e que investem continuamente em pessoas, processos e estrutura. Por isso, fica a recomendação: faça avanços com inteligência, colocando sempre o cliente no centro de todas as suas decisões.
Para conhecer as tendências e as estratégias que ganharam força, baixe o whitepaper Logística e Supply Chain 4.0.