Entenda como os micro-fulfillment centers funcionam e porque são vistos como a grande tendência para o futuro do varejo
O setor de logística, especialmente do varejo, tem passado por uma enorme disrupção. Com a digitalização, a alta competitividade do mercado e o crescimento do omnichannel, não dá mais para sobreviver apenas com o tradicional brick-and-mortar. É preciso inovar para atender às demandas de um cliente que espera flexibilidade na sua compra, personalização no atendimento e agilidade nas entregas.
Os grandes players do mercado já perceberam isso há um tempo e vêm inovando ano após ano para oferecer aos seus consumidores uma experiência de compra incomparável. Eles não pouparam investimentos em sua estrutura logística, diversificando os formatos para dar conta da complexidade do mercado atual. Uma das soluções adotadas por gigantes como a Amazon e Walmart foi a criação dos micro-fulfillment centers (MFCs) , os quais têm se mostrando extremamente eficazes na corrida para o same day delivery e para superar os desafios do last mile.
Com o novo modelo adotado, essas empresas estão conseguindo fazer entregas cada vez mais ágeis e com menores custos no frete, quesitos altamente valorizados pelo cliente no momento da compra. E é por isso que os micro-fulfillment centers estão se espalhando pelos grandes centros urbanos, transformando o modo como a logística funciona nas cidades. Para os especialistas, trata-se da grande tendência para a logística do varejo e que auxilia os negócios a se tornarem lucrativos e escalonáveis.
O que é micro-fulfillment center (MFC)?
O micro-fulfillment center é um armazém de pequena escala localizado em áreas urbanas, mais próximas do consumidor final. A abordagem busca reunir a velocidade de entrega a partir de lojas físicas à eficiência de grandes depósitos automatizados.
Ao implementarem os MFCs, as empresas empregam automação e robótica para enfrentar o grande desafio do custo associado ao picking. Automatizando a separação, elas conseguem melhorar significativamente a eficiência e a precisão, ao mesmo tempo em que minimizam os custos de mão de obra associados.
Como os micro-fulfillment centers utilizam estruturas de armazenagem verticais e compactas, eles não requerem uma grande área para o seu funcionamento, podendo ser instalados, por exemplo, na parte de trás de uma loja, utilizando o espaço excedente e criando uma vantagem operacional. Também podem operar em um local separado, como garagens, lojas desativadas ou pequenos depósitos situados nos bairros residenciais.
E é exatamente o fato de não requerer grandes áreas que facilita a instalação dos MFCs no espaço urbano, diferentemente dos tradicionais centros de distribuição, geralmente localizados em áreas industriais. Com isso, os varejistas reduzem a distância média entre o MFC e o cliente, permitindo a retirada na loja e a entrega rápida em casa.
Por que o micro-fulfillment center tem se mostrado a estratégia certa para o cenário atual?
Conforme destacamos anteriormente, as mudanças desencadeadas pela digitalização transformaram o mercado consumidor. Muitas pessoas deixaram de visitar as lojas físicas, preferindo comprar nas lojas on-line. Outras, visitam as lojas físicas, manuseiam o produto e finalizam a compra via internet. O fato é que o cliente de hoje quer mais flexibilidade e comodidade. Ele espera que o processo de compra seja rápido, fácil e, preferencialmente, que não tenha custos com o frete.
Além desses desafios relacionados ao atendimento às demandas do cliente, os varejistas também enfrentam as questões relacionadas à falta de espaço (poucas opções no setor imobiliário industrial), escassez de mão de obra e necessidade de aplicar velocidade em seus processos internos.
Para lidar com todos esses pontos era preciso dinamizar a estrutura logística. E foi aí que o micro-fulfillment center apareceu como uma solução viável para dar conta desse novo cenário, oferecendo vantagens interessantes, tais como:
– Redução drástica dos custos de entrega de última milha, uma vez que estão mais próximos fisicamente do consumidor;
– Investimento inicial significativamente menor (*vários MFCs podem ser construídos ao custo de um grande centro de distribuição automatizado);
– Rápida implantação;
– Flexibilidade aos gestores para que tomem decisões direcionadas e estratégicas sobre o atendimento automatizado de e-commerce.
Além disso, os micro-fulfillment centers tornam o comércio eletrônico acessível a uma gama mais ampla de varejistas, reduzindo as principais barreiras de custo relacionadas à mão de obra, transporte e aquisição/aluguel de imóvel (*espaços menores são mais baratos). Vale destacar que quanto mais os varejistas conseguem reduzir os seus custos relacionados à última milha e aprimoram o atendimento ao cliente, mais eles se tornam competitivos.
O futuro do micro-fulfillment
Atualmente, apenas as gigantes do varejo têm conseguido oferecer opções de entregas no mesmo dia, e a grande maioria das empresas menores simplesmente não conseguem competir. Contudo, com a introdução dos micro-fulfillment centers (MFCs) isso deve mudar rapidamente, democratizando o cenário e permitindo que todos sejam capazes de oferecer o mesmo nível de eficiência e flexibilidade aos seus clientes.
É importante destacar também que os MFCs estão se desenvolvendo junto com outras estratégias que visam otimizar a logística e qualificar o atendimento, como as dark stores, o D2C, Ship From Store (SFS), dentre outras. Os sistemas de automação também têm evoluído, portanto, a tendência é que os varejistas consigam trazer cada vez mais eficiência aos seus negócios, reduzindo custos e aumentando a conveniência para seus compradores.
Especialistas acreditam que muitos micro-fulfillment centers serão integrados a lojas já existentes, reduzindo a necessidade de MFCs autônomos. Nos EUA, isso já tem sido testado em alguns supermercados, sendo que boa parte deles iniciaram durante a pandemia. Com o sucesso alcançado, outros setores, como moda, bens de consumo e saúde, já vislumbram a implantação do modelo. Com o passar dos anos, veremos cada vez mais MFCs espalhados pelos grandes centros e quem mais vai se beneficiar disso são os consumidores, que poderão comprar do conforto de suas casas e receber o produto em alguns minutos ou horas.
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