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mulheres_logísticaOnde estão, elas fazem a diferença. Ainda que diversos obstáculos se imponham, oriundos de estigmas arraigados na sociedade, cada vez mais vemos grandes mulheres ocupando cargos majoritariamente masculinos ou posições de liderança. Para elas, não existem barreiras quando o assunto é realizar sonhos e transformar a sociedade com o seu talento e vocação.

 

Felizmente, o cenário da logística já começa a se diversificar. Por muitos anos, o setor foi ocupado e comandado exclusivamente por homens. As poucas mulheres que ali estavam precisaram batalhar muito para romper paradigmas e falsas crenças. Com o tempo, foi-se abrindo espaço para o ingresso de novas profissionais.

 

No Brasil, de acordo com uma pesquisa realizada pela empresa de recrutamento e seleção Gupy, só em 2020 houve um aumento de 229% na contratação de mulheres para o setor logístico. Entre as inúmeras representantes do setor, está Fernanda Pasquali Cintra, Gerente Corporativo de Logística do Hospital São Camilo SP, cliente da Delage.

 

Para marcar a Semana da Mulher e a ressaltar a importância de todas as conquistas da categoria, conversamos com Fernanda. Ela fala um pouco sobre sua trajetória profissional, desafios enfrentados, contexto atual e deixa uma mensagem especial para outras mulheres que também amam a logística e gostariam de atuar no setor. Confira a seguir:

 

 

Delage: Fale-nos um pouco da sua trajetória profissional e do momento em que escolheu a logística como a sua área de atuação. Quais desafios enfrentou e como buscou superá-los?

   

Fernanda: Sou farmacêutica e bioquímica, especializada em administração hospitalar. Comecei minha trajetória profissional atuando como estagiária de farmácia no Hospital São Camilo Pompeia.

 

Na época em que cursei a faculdade, era obrigatório passar por estágios em todas as áreas relacionadas ao curso e foi assim que a logística surgiu na minha vida. Após me formar, trabalhei em uma empresa fabricante de materiais para saúde, onde tive oportunidade de atuar diretamente com a qualidade voltada à logística.  Depois desse período, voltei a trabalhar com gestão logística em área hospitalar, que é minha paixão.

 

O maior desafio na minha profissão foi assumir uma posição de gestão junto a uma equipe ocupada por homens em quase sua totalidade. É preciso muita paciência, muito trabalho e provar todos os dias que você é capaz de exercer aquela atividade. 

 

 

D.: Como e quando você entrou no Hospital São Camilo? Quais atividades exerce atualmente?   

 

F.:  Voltei a trabalhar no São Camilo em julho de 2022 com a função de liderar o projeto de implantação do Centro de Distribuição.  A Rede de Hospitais São Camilo São Paulo conta com 5 hospitais hoje na capital e, após estudos direcionados à cadeia de suprimentos, comprovou-se a viabilidade de abrir um Centro de Distribuição para otimização e consolidação de todos os processos da cadeia, como planejamento, compras e logística. Atualmente, exerço a função de Gerente Corporativo de Logística, que engloba não somente a operação do CD, mas também de toda a área logística das unidades hospitalares. 

 

 

D.:  Você acredita que a cadeia de suprimentos ainda oferece barreiras para o ingresso ou a progressão na carreira para mulheres? O que você acha que poderia ser feito para trazer mais equidade ao setor?  

 

F.:  Nós, mulheres, enfrentamos sim dificuldades no mercado de trabalho. Na logística, uma área majoritariamente masculina, as barreiras são ainda maiores. A mulher muitas vezes tem que se mostrar duplamente capaz de assumir uma posição para conseguir “chamar a atenção” ou ser descoberta como talento.

 

Acredito que, hoje em dia, temos uma situação muito melhor em relação aos últimos 10 anos, porém, ainda há um grande caminho a ser percorrido para alcançarmos a equidade de gênero no ambiente de trabalho. Mas como toda dificuldade também fortalece, as mulheres se tornaram mais visíveis e estão a cada dia nos representando muito bem, principalmente em cargos de gestão.

 

Para trazer mais equidade ao setor, basta entender que não há diferença na entrega. Somos todos indivíduos, cada um com seu perfil e a capacidade não pode ser medida pelo fato do profissional ser homem ou mulher.  

 

 

D.: Como é, hoje, a sua relação com os homens que lidera e os colegas de trabalho?  

 

F.:  Tenho uma ótima relação com toda a equipe. Nem sempre foi assim pelas empresas onde trabalhei, mas, junto à experiência, vem a maturidade e o respeito. Para mim, hoje, essa questão é orgânica, natural e quaisquer conflitos que venham a ocorrer, são muito mais fáceis de contornar. 

 

 

D.: Quais características da profissional mulher você vê como de grande contribuição para a logística?  

 

F.:  As características de uma profissional mulher que contribuem muito para a logística são a persistência e resiliência. E, devido à nossa trajetória no mercado de trabalho, temos isso de sobra!  

 

 

D.:  Você tem alguma profissional ou liderança feminina na qual se espelha? 

 

F.: Tenho muitas! Admiro e sou muito grata às gestoras que me ensinaram na prática que “Lugar de mulher é onde ela quiser!”.

 

D.: O que você diria para uma mulher que se interessa pela logística e que gostaria de atuar na área?  

 

F.:  Acredite em você! Estude, trabalhe e faça seu melhor. Pode demorar, ou não. Mas tenha certeza que você vai chegar lá. Aproveite as oportunidades e tenha seu objetivo como seu guia.  

 

 

D.: Para você, como mulher, o que significa a realização profissional?   

 

F.: É quando você acorda feliz por saber que vai trabalhar fazendo aquilo que gosta e é reconhecida por isso. E, da mesma forma, quando vai dormir com a consciência tranquila sabendo que amanhã pode fazer ainda mais e melhor.

 

 

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* A equipe Delage agradece à Fernanda por nos conceder esta entrevista e por dividir conosco sua experiência e conhecimento. 

 

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