Pesquisas revelam aumento da procura das indústrias pela digitalização de seus processos. Investimentos em computação em nuvem, inteligência artificial, internet das coisas e ferramentas de automação estão entre as prioridades para este ano.
No decorrer dos últimos anos, temos acompanhado uma crescente tendência de digitalização nos mais variados setores da economia global, e, claro, a indústria não fica de fora dessa transformação. O investimento e o desenvolvimento de novas tecnologias já fazem parte do quadro estratégico e logístico em empresas que buscam, principalmente, melhorar sua eficiência, produtividade e lucratividade. Em um cenário de ampla concorrência, otimizar processos tornou-se requisito fundamental para garantir espaço no mercado, oferecendo um serviço diferenciado aos clientes.
É possível afirmar que a digitalização das indústrias pode se intensificar ainda mais em 2023. Isso porque países mais desenvolvidos estão aumentando seus investimentos para tornar as fábricas mais inteligentes, além de garantir o crescimento da produtividade, diante da falta de mão de obra e salários mais altos.
Os últimos dados apurados pela pesquisa Voice of the Industry: Digital Survey, realizada pela Euromonitor International, apontaram que 62% das empresas em todo o mundo já se organizam para aumentar seus recursos direcionados em tecnologia da computação em nuvem pelos próximos cinco anos. Além disso, a pesquisa identificou que 50% das empresas entrevistadas têm como plano estratégico o investimento em inteligência artificial, internet das coisas, ferramentas de automação e digitalização da produção, buscando otimizar suas operações e acelerar seus resultados.
Por que a digitalização das indústrias deve se intensificar em 2023?
Existem algumas boas razões para que isso aconteça: em primeiro lugar, a pandemia de Covid-19, que pressionou a adaptação da indústria nos últimos anos, impulsionou a adoção de tecnologias digitais em diversos segmentos.
Com o isolamento obrigatório, medidas de proteção, distanciamento social e a necessidade de reduzir o número de pessoas no ambiente de trabalho, muitas empresas precisaram se reinventar e encontrar novas formas de manter a operação ativa. A digitalização se mostrou uma solução eficiente para manter a produtividade em alta, mesmo com equipes reduzidas.
Uma segunda razão para a intensificação da digitalização das indústrias é a alta demanda e concorrência no mercado. Com a globalização, democratização do consumo e a facilidade nos canais de compra, as empresas precisaram se ajustar a fim de atender o maior número de pedidos do mercado, assegurando a satisfação do cliente e, assim, mantendo-se competitivas.
Diante desses novos cenários, a adoção de tecnologias digitais se tornou um investimento fundamental, permitindo que as empresas produzam mais, com mais qualidade e menor custo.
6 tecnologias para começar a digitalização das indústrias
A evolução do mercado trouxe como consequência a digitalização das indústrias, a qual veio para acelerar a produtividade, mitigar custos e melhorar a qualidade de produtos e serviços. Diante desse novo contexto, muitos gestores se perguntam: “como é possível adaptar o negócio a esse cenário de digitalização das indústrias?”.
Tudo começa com a atualização sobre as inovações, acompanhando de perto as novidades, a fim de entender quais podem agregar valor à operação. É importante destacar que, ainda que eliminem tarefas manuais e repetitivas, as tecnologias precisam do trabalho humano para que sejam aproveitadas em seu máximo potencial.
Para o economista Ricardo Amorim, é preciso ter uma visão clara sobre as mudanças que estão acontecendo e saber aproveitar todos os recursos das tecnologias para transformá-los em ganhos reais.
Hoje existem diferentes ferramentas que já vêm sendo adotadas pelas indústrias a fim de melhorar sua eficiência e produtividade. Algumas delas são:
1- Computação em nuvem
A computação em nuvem é o acesso sob demanda, via internet, a recursos de computação, como aplicativos, servidores (tanto físicos quanto virtuais), dados armazenados, ferramentas de desenvolvimento, recursos de rede, etc. hospedados em um data center remoto e gerenciado por serviços em nuvem provedor (ou CSP). Dentre as suas vantagens estão a facilidade na implantação de softwares e a possibilidade de acesso remoto aos sistemas; compartilhamento do acesso entre membros da equipe e troca de dados entre parceiros; atualização frequente das versões; dispensa de investimento em infraestrutura; segurança; e economia de custos e recursos.
2- Internet das Coisas (IoT)
No processo de digitalização das indústrias, a internet das coisas (IoT) desempenha um papel fundamental, permitindo o desenvolvimento de redes inteligentes que conectam máquinas, equipamentos e dispositivos, tornando-os mais eficientes e automatizados. Com essa tecnologia, é possível coletar dados em tempo real que podem ser analisados e usados para tomar decisões assertivas e eficientes.
3- Big Data
Na digitalização das indústrias, o Big Data assume o papel de coletar e analisar grandes volumes de dados, os quais, em geral, não podem ser processados e analisados manualmente. Tudo isso é realizado em tempo real, auxiliando gestores na tomada de decisões mais seguras e rápidas.
Com o uso dessa tecnologia focada em análise de dados, as empresas podem identificar tendências e padrões de comportamento do mercado, melhorar a qualidade e eficiência da produção, prever a demanda e reduzir custos operacionais.
4- Inteligência Artificial (IA)
O investimento em inteligência artificial (IA) permite que máquinas, softwares e sistemas de gerenciamento possam aprender com os dados e históricos de informação, a fim de realizar tarefas que antes só poderiam ser executadas por humanos.
Na digitalização das indústrias, a IA permite que as empresas automatizem seus processos, identifiquem padrões de repetição e tomem decisões mais precisas e objetivas. Assim, é possível prever a demanda do mercado, melhorar a eficiência e distribuição de tarefas, reduzir o tempo de execução dos trabalhos, corrigir e identificar falhas em tempo real, assim como aumentar a segurança e a confiabilidade dos processos industriais.
5- Quinta geração da rede móvel (5G)
O investimento em 5G é essencial para a digitalização das indústrias, uma vez que permite a comunicação e a troca de dados em tempo real entre diferentes dispositivos e sistemas, incluindo robôs, softwares de gerenciamento e equipamentos de automação. Com o 5G, é possível criar ambientes de produção inteligentes, onde máquinas e pessoas colaboram e trabalham juntos melhorando a eficiência e produtividade.
5- Bioeconomia
A bioeconomia é um conceito atual e seu principal objetivo na digitalização das indústrias é promover a busca por tecnologias sustentáveis, ou seja, recursos biológicos que possam gerar produtos, energia e serviços que prezam pela preservação do meio ambiente e colaboram para um empreendedorismo verde. Com o uso de tecnologias corretas é possível atuar aumentando a lucratividade protegendo o meio ambiente, garantindo um futuro sustentável para as próximas gerações.
Além dessas tecnologias, existem muitas outras que podem ser úteis para as empresas, como automações e robôs inteligentes. O importante é estar sempre atento às novidades do mercado e apostar nas tecnologias certas, ou seja, aquelas que são capazes de trazer benefícios reais para o seu negócio.
O futuro é agora!
A digitalização das indústrias promete se intensificar em 2023 e as empresas que não acompanharem essa tendência podem ficar para trás no mercado. Hoje, os gestores já têm consciência de que investir em tecnologia é essencial para melhorar a eficiência, aumentar a produtividade e manter a competitividade. A boa notícia é que existem diversas opções disponíveis, cada uma com um missão distinta. Trabalhando juntas, essas ferramentas podem trazer um grande salto de performance nas operações.
Neste momento, o foco central deve estar em conhecer a fundo as ferramentas disponíveis, explorando suas funcionalidades e entendendo como elas podem otimizar os processos na empresa. Muitas mudanças ainda estão em curso e, em um ambiente disruptivo, quem tem o olhar voltado para frente, pode consolidar a sua posição no mercado.
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Referência: Estadão.