Como funcionam os AGVs? - Delage

Como funcionam os AGVs?

Veículos guiados automaticamente têm sido a aposta de muitas empresas para aprimorar o fluxo de materiais e reduzir os custos logísticos

 

AGVsUm dos grandes desafios dos gestores de logística é a otimização do fluxo de materiais dentro do armazém. Há uma busca incessante por desenvolver estratégias que auxiliem na redução dos deslocamentos e dos percursos ao longo do centro de distribuição, trazendo mais velocidade e precisão na movimentação de materiais. Para atender a esse importante objetivo, uma tecnologia bastante utilizada são os AGVs, automatic guided vehicle ou veículos guiados automaticamente, os quais podem funcionar ininterruptamente e sem intervenção humana.

 

Os AGVs existem desde a década de 1950, quando foi lançado pela empresa Barrett um rebocador que seguia um fio no chão ao invés de um trilho. A partir dessa primeira versão, surgiu um novo tipo de AGV, o qual seguia marcadores UV invisíveis no chão. E, dali em diante, novos modelos foram lançados, avançando de acordo com a tecnologia empregada.

 

Para se ter uma ideia do quanto esses veículos guiados automaticamente têm sido cada vez mais empregados nos armazéns de logística, estima-se que o mercado de AGVs atinja cerca de US $ 3,6 bilhões até 2025, de acordo com um relatório da MarketsandMarkets. Segundo o relatório, a justificativa para o uso crescente dos AGVs está na busca pela segurança do local de trabalho e na necessidade de reduzir custos operacionais e aumentar a produtividade.

 

Como é o funcionamento de um AGV?

 

O AGV consiste basicamente em um robô portátil que segue ao longo de longas linhas ou fios marcados no chão, ou pode também usar ondas de rádio, câmeras de visão, ímãs e lasers para orientar o seu deslocamento. O equipamento é dirigido por um sistema de software específico, sendo movido por baterias.

Esse tipo de veículo automático transporta desde pequenas até grandes cargas, podendo trabalhar em integração com o sistema de gerenciamento de armazéns (WMS), o qual transmite as ondas de movimentação para que o AGV possa fazer o deslocamento dos materiais. Sua utilização abrange desde linhas de produção e montagem até os centros de distribuição, sendo possível fazer um tráfego misto, composto por AGVs e pessoas.

 

Para que seja feito o controle do AGV, existem o painel localizador, o display gráfico colorido CRT e uma central de registros e relatórios. O painel localizador fornece informações sobre a área em veículo está. Se o AGV ficar em uma área por muito tempo, pode significar que ele está preso ou quebrado. Já o display colorido, além de indicar em tempo real a posição do AGV, detalha também o status do AGV, sua identificação exclusiva, a voltagem da bateria e pode mostrar pontos bloqueados. O registro central armazena todos os dados e histórico de cada veículo, auxiliando bastante no suporte técnico.

 

Devido a sua variedade de modelos, os AGVs podem ter outras nomenclaturas, como: Laser Guided Vehicle (LGV), quando guiados por laser; Fahrerlose Transport System (FTS), nome dado na Alemanha; e Automated Guided Carts (AGCs), para as versões de baixo custo. Com a evolução tecnológica dos AGVs, hoje a maioria dos veículos utilizados são navegados a laser, os LGVs. Vale destacar que as versões atuais possuem dispositivos que impedem a colisão de um veículo com outro, além de assegurarem que cada AGV chegue perfeitamente ao seu destino.

 

Porque os armazéns usam AGVs

 

Devido à complexidade dos armazéns modernos, todos estão buscando maneiras de aumentar a eficiência. Os AGVs têm um preço, mas na grande maioria dos casos os seus benefícios superam os custos. Conforme detalhamos anteriormente, ao fazer a movimentação de produtos de forma automática, o AGV pode solucionar o problema de falta de mão de obra, além de otimizar o fluxo de materiais e, até mesmo, trazer mais precisão ao estoque. O tempo das movimentações é reduzido e, com isso, há um ganho de produtividade.

 


Também é importante salientar que esses veículos trazem mais segurança ao armazém. E mais: eles podem executar tarefas são mais difíceis ou exaustivas aos funcionários, como transitar por câmaras frias ou realizar ações repetitivas, como recuperar paletes vazios em operação contínua 24 horas por dia, 7 dias por semana, sem qualquer pausa. Enquanto os AGVs executam tarefas monótonas, os operadores podem ser deslocados para processos mais estratégicos, trazendo mais produtividade e precisão nos trabalhos.

 

Atualmente, para implementar um modelo mais moderno de AGV, os armazéns não precisam mais passar por grandes mudanças em sua infraestrutura, facilitando a sua implantação. Basicamente, é preciso fazer alguns ajustes para garantir que os pisos sejam planos e os declives não sejam muito íngremes. Além disso, se a operação utiliza paletes de diferentes tipos e materiais, é necessário avaliar a capacidade do veículo para transportá-los. O AGV é de fácil integração com sistemas e também possui baixos requisitos quanto à infraestrutura de TI.

 

Outro benefício dos AGVs é que eles são flexíveis, ou seja, se houver uma mudança de layout, de produtos ou processos, é possível reconfigurá-los para executarem novos percursos. Desse modo, podemos dizer que o AGV está preparado para lidar com mudanças de mercado e na produção.

 

Em quais operações os AGVs são indicados e o que observar antes da sua utilização

 

Devido ao fato de existirem vários modelos de AGVs, que transportam desde pequenas cargas até cargas maiores e mais pesadas, eles podem ser utilizados em vários tipos de armazém, seja de varejo, atacado ou indústria de alimentos e bebidas, automotiva, de papeis, vestuário, entre outras.

 

Esses veículos são indicados para movimentações repetitivas de materiais, em operações com pelo menos dois turnos, em processos onde o rastreamento de produtos é importante e, ainda, em operações que precisam fazer entregas rápidas e precisas.

 

Antes da sua utilização, é importante fazer um estudo detalhado da sua implementação durante a fase de projeto e também simulações e testes que possam ajudar a definir as melhores configurações, de modo que o equipamento consiga atender aos objetivos e expectativas pré-estabelecidos. Também é importante promover uma mudança cultural na empresa, treinando os funcionários para que lidem bem com a nova ferramenta. Por fim, ter um cronograma de manutenções preventivas é sempre indicado, garantindo o máximo de vida útil ao equipamento.

 

Alto retorno e competitividade

 

De fato, os AGVs trazem benefícios que superam muito os seus custos. Em um cenário de alta competitividade, escassez de mão de obra e uma pressão contínua para atender prazos de entrega cada vez menores, contar com AGVs na operação pode ajudar bastante a superar tais desafios. Os veículos autônomos prometem um alto nível de precisão, maior velocidade e menos custos. É por isso que o ROI é um fator bastante observado ao se investir nesses equipamentos, uma vez que os AGVs permite um uso inteligente de valiosos recursos da operação.

 

Para conhecer mais automações da logística, leia os textos sobre: pick-to-light, shuttles, sorter e A-frame.