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coronavírus logísticaOs gestores de armazéns logísticos devem considerar o bem-estar de sua força de trabalho, a disponibilidade de produtos e as implicações de custos para administrar os impactos do coronavírus. Esse é o posicionamento do Gartner, organização internacional de pesquisa especializada em tecnologias. Para o órgão, as três áreas são fundamentais para manejar inicialmente crises em empresas que lidam com interrupções na cadeia de suprimentos.

 

Sarah Watt,  Diretora Sênior de Supply Chain do Gartner, disse: “À medida que o coronavírus se espalha globalmente, estamos vendo um aumento na interrupção da cadeia de suprimentos, mas também mudanças nos hábitos de consumo”. De acordo com a especialista, a logística tem sido impactada de três maneiras principais: acesso limitado aos funcionários devido a quarentenas, fechamento de fábricas ou desacelerações na fabricação e dificuldade para transportar/mover mercadorias. “A maioria das organizações logísticas está atuando no gerenciamento de crises, avaliando impactos e respostas diariamente, se não a cada hora”, completa.

 

Sara detalha melhor cada um desses pontos nos tópicos a seguir:

 

# Impacto 1: força de trabalho

 

 

Como empresas de todo o mundo tentam limitar o impacto do coronavírus, muitos funcionários foram instruídos a trabalhar em casa e foram impostas restrições de viagem. Em muitas empresas, como é o caso de fábricas automotivas, a produção foi paralisada. Há também aquelas que diminuíram seu ritmo de produção. Tudo isso gera impactos na cadeia de abastecimento.

 

Para além desses casos de paralisação ou redução da produção, há que se pensar também – e principalmente – nos funcionários que estão em atividade, atuando na logística de suprimentos essenciais. Na visão de Watt, à medida que o vírus se estende globalmente, os líderes de logística precisam pensar em como proteger a saúde dos trabalhadores e apoiar as pessoas doentes. “Ter uma comunicação clara e consistente por meio de Recursos Humanos e garantir a segurança em viagens é essencial”, afirmou.

 

A especialista chama a atenção também para o risco de esgotamento por parte dos gestores ao longo do gerenciamento da crise. “Os líderes podem se cansar e tomar más decisões”. Por isso, é fundamental manter a serenidade e criar equipes para um trabalho coletivo de solução dos problemas.

 

 

# Impacto 2: produtos

 

O surto de vírus tem o potencial de mudar o cenário competitivo, alertou o Gartner. É provável que as empresas recorram a fornecedores alternativos de produtos, se seus fornecedores atuais não puderem entregar. A lealdade à marca pode ajudar na retenção de clientes, mas outros podem começar a adotar novos hábitos de compra.

 

Por isso, o órgão sugere que os gestores de logística busquem analisar e prever o impacto do coronavírus na demanda do cliente e na disponibilidade do produto. “As organizações da cadeia de suprimentos precisam reavaliar frequentemente seus planos de oferta e demanda com base na evolução do vírus e no sentimento do consumidor”, continuou Watt. Essa avaliação contínua é fundamental, uma vez que a crise tem gerado uma grande variação nas demandas. Na opinião de Sara, algumas empresas podem experimentar aumentos acentuados na demanda por produtos, como a compra de itens essenciais motivada por pânico.

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# Impacto 3: custo

 

O impacto financeiro do vírus nas empresas deve ser considerado. “Preços e quantidades de materiais acordados contratualmente podem não ser mais válidos. Os fornecedores podem invocar cláusulas de força maior ou procurar repassar custos adicionais”, disse Watt.

 

Os custos adicionais relacionados à pandemia do coronavírus devem ser tratados como um problema que diz respeito a toda a organização e não a um único departamento. Os custos podem então ser examinados em relação à capacidade da empresa de atingir seus objetivos estratégicos e gerenciar as expectativas das partes interessadas.

 

“Também é uma boa ideia reunir-se com o departamento jurídico e analisar todos os contratos de fornecedores. Quando chegar a hora da renovação, verifique se a organização está protegida financeiramente contra situações semelhantes que possam ocorrer no futuro”, destacou Watt.

 

A diretora de Supply Chain do Gartner finaliza afirmando que as cadeias de suprimentos não serão as mesmas após esse evento. “Haverá um foco maior na resiliência, exposição a riscos e planos de continuidade de negócios daqui para frente”.

 

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